Águaviva é uma pequena produtora cultural sediada em São Carlos – SP voltada a realização de projetos artísticos e culturais em diferentes linguagens.
Criada a partir dos caminhos percorridos por Gabriela Loreti desde 2009, ano em que se entrelaçam o início de sua formação em ciências sociais e a descoberta da produção cultural como uma forma de materializar desejos no mundo. Com mais de 20 projetos realizados desde então, o percurso é bonito, cheio de curvas, aprendizado, morros e labirintos e amizades surgidas pelo caminho. Uma história resumida nas próximas linhas, de forma pouco linear.
O primeiro contato com produção cultural foi com o festival de música instrumental ChorandoSemParar, como assistente de produção na 6a edição. Foram muitos aprendizados sobre paixão, curadoria, logística e trabalho em equipe, trabalhando em várias edições como assistente de direção e coordenação de produção. Esta experiência abriu caminhos para conhecer a Aymberê Produções, produtora cultural com expertise na realização de projetos nacionais e internacionais em diferentes linguagens. Foram e são muitos anos de parceria e aprendizado sobre planejamento e execução de projetos e a beleza particular de cada um deles. Foi junto a Aymberê a primeira experiência com produção de exposições de artes visuais. Esta proximidade levou à descoberta do trabalho educativo das exposições e um grande amor surgiu.
Vieram então seis anos trabalhando como educadora em exposições de artes visuais no Sesc São Carlos e também como supervisora de equipe, para não deixar o lado produtora de lado. Cada uma das exposições, um mundo a ser investigado enquanto teoria, prática, técnica e contato com o outro. Dessas experiências surgiu o Ninho Coletivo, um grupo reunido pela amizade mas também pela afinidade em torno da pesquisa e da experimentação por meio de oficinas criadas a partir do encontro entre artes visuais e literatura. Neste caminho, a proximidade com o campo e a força da educação levaram ao mestrado em Antropologia Social no PPGAS/UFSCar, com uma pesquisa sobre crianças que não frequentam a escola. Esse percurso bastante mão na massa com as tintas, linhas, tesouras, pessoas e palavras abriu espaço para a vontade de pesquisar e propor projetos próprios, nesse campo tão gigante que é o encontro da arte com a educação, e daí surgiram propostas como Investigações sobre arte sonora e Com quantas imagens se faz um filme?, realizadas virtualmente durante a pandemia.
Nesse meio tempo, um outro festival de música tomou espaço nas produções, o Sonora São Carlos. Foram três edições pré e durante a pandemia que se desdobraram em projetos muito bonitos. A invenção e materialização de desejos – de música, de festival, de laboratório, de rede – demandaram um percurso de planejamento, produção, coordenação, prestação de contas e negociações mil, tudo realizado em muita parceria e confiança. A curiosidade e vontade de materializar outros projetos e ampliar referências levaram a conhecer o centro cultural Marieta, que realizava seus Grupos de Desenvolvimento com muito afeto no caótico 2021. Desse encontro surgiu uma parceria que se mantém até hoje, com a direção das operações desse espaço cuidado por muitas pessoas incríveis.